Recomendada para revestimentos internos e fachadas, a argamassa projetada promete maior previsibilidade sobre qualidade, produtividade e índices de perdas na aplicação de revestimentos argamassados.
A solução consiste na substituição da colher de pedreiro por um equipamento de projeção. No entanto, a simples troca não garante as vantagens decorrentes da mecanização. Para tanto, são necessários cuidados, especialmente relacionados ao planeamento e à execução no canteiro. Confira a seguir.
A execução de um sistema com argamassa projetada divide-se, de modo simplificado, em três atividades principais: preparo da argamassa, transporte até o local de aplicação e lançamento sobre o suporte.
Com relação à primeira etapa, o mercado dispõe de argamassas industrializadas específicas para cada tipo de projeção. É necessário verificar cuidadosamente as especificações do fabricante com relação ao teor correto de água. Essa adição deve ser controlada rigorosamente no momento da produção da argamassa.
A melhor logística a ser adotada é a que diminui distâncias, otimizando o serviço
Um aspecto crítico na aplicação de argamassas é o transporte do material e de insumos. “A melhor logística a ser adotada é a que diminui distâncias, otimizando o serviço”, resume a engenheira Cristiana Furlan Caporrino, perita judicial e consultora em engenharia de estruturas.
Segundo ela, para se ter ganhos significativos de produtividade com o uso da argamassa projetada, é importante proporcionar condições favoráveis à produção. Os sacos de argamassa e a água devem ser dispostos próximos do misturador, já acoplado à bomba de projeção, para evitar movimentações desnecessárias. Isso também evita o carregamento de peso pelos operários por longos trajetos enquanto o equipamento estiver em operação.
Um bom planeamento é vital para o sucesso da projeção de argamassa. O misturador, por exemplo, deve estar sempre abastecido. Alguns equipamentos não podem ficar parados muito tempo sem projetar, sob o risco de entupimento do mangote. Deve-se fazer a lavagem do equipamento sempre que for necessário interromper o serviço de forma mais prolongada ou encerrar a jornada de trabalho.
Para Cristiana Caporrino, um cuidado importante no momento da aplicação da argamassa projetada é garantir que a pistola não fique inclinada para baixo. A aplicação deve ser sempre contínua, feita horizontalmente ou um pouco inclinada para cima.
Deve-se aplicar a argamassa em ‘cordas’ horizontais, fazendo um movimento lateral com a pistola, garantindo uma maior aderência da argamassa à base
“Além disso, deve-se aplicar a argamassa em ‘cordas’ horizontais, fazendo um movimento lateral com a pistola, garantindo uma maior aderência da argamassa à base”, ensina a engenheira.
Atenção especial deve ser dada ao tempo de aplicação. Isso porque o traço da argamassa para projeção costuma apresentar cura mais rápida.
Há dois sistemas principais para projeção de argamassa. A escolha por uma ou outra tecnologia deve levar em conta o porte e necessidade de cada obra.
O sistema spray, popularmente conhecido como canequinha, é bastante prático de operar. Possui um recipiente acoplado ao projetor e é menos suscetível a entupimentos. Esse equipamento, no entanto, exige realimentação após cada ciclo de aplicação.
Há, também, o sistema por bomba, que permite o fluxo contínuo da projeção e chega a uma produção diária de até 150 m². Esses equipamentos exigem manutenção adequada e têm problemas com entupimento reduzidos com o uso de argamassas corretamente formuladas para projeção.